Alguma vez disseste algo parecido com “Vou ser muito sincero contigo, acho uma falta de respeito não me cumprimentares quando chegas a casa.” ou “Vamos lá falar com sinceridade: achas que esse pedido de desculpa resolve alguma coisa?”. Nenhuma destas afirmações diz o que eu estou a sentir, apontando, antes, o dedo ao outro, como se ele tivesse feito algo de errado, no velho jogo do bem e do mal.
Quando usamos este registo na comunicação com aqueles que nos rodeiam, criamos muros à nossa volta, afastamos as pessoas de nós, sejam elas filhos, companheiro, amigos ou colegas de trabalho, porque se vão colocar numa postura de defesa, escondendo ou justificando o que aconteceu, por culpa ou vergonha. A culpa surge quando pensamos que fizemos algo errado e leva-nos à submissão. A vergonha surge quando pensamos que somos algo de errado, que deveríamos ser diferentes para que os outros gostassem de nós. De todas as emoções, a vergonha será a mais destruidora, aquela que nos impede de aceitar quem realmente somos e manifestarmos o nosso potencial.
Estamos a aprender a fazer diferente, a assumir a responsabilidade pelas nossas emoções, desencadeadas pelas interações com aqueles que nos rodeiam, como seres sociais que somos. As nossas emoções têm muito a ver connosco e muito pouco a ver com o outro. Por que razão eu fico zangado se o meu filho entra em casa e vai fechar-se no quarto sem me cumprimentar? A sua ação, e as emoções desencadeadas, apenas me estão a mostrar o quanto é importante para mim a minha conexão com ele, e o quanto eu valorizo a nossa união. Quando nos habituamos a fazer este exercício, de ver o que está por detrás das emoções desagradáveis que sentimos (e isto configura uma nova linguagem!), começamos a aprender a expressar-nos de uma forma mais simples, honesta, vulnerável, verdadeira e pura. “Quando entraste em casa e foste para o quarto sem me cumprimentares eu senti-me triste, porque é muito importante para mim a nossa união e cumplicidade. Posso pedir-te que quando entrares em casa me digas olá, mesmo que o dia te tenha corrido mal?”. Esta forma de expressão derruba muros, constrói pontes com o outro e fortalece a confiança mútua.
Eu amo-me a mim mesmo, logo posso amar o outro. É esta a chave. E eu conheço-me e respeito-me, logo estou em condições de conhecer e respeitar o outro. É neste palco, de ações e interações, que crescemos, amadurecemos e tornamos o mundo num lugar mais habitável.
UMA IDEIA IMPORTANTE
Antes de manifestares a tua sinceridade, procura o que estás a sentir e o que é importante para ti naquele momento e expressa-o ao outro, de uma forma simples e verdadeira. Verás que os muros à tua volta começam a cair…
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